sábado, 20 de setembro de 2008

Um dia de cada vez

Então estou somente dando um passo de cada vez, e tentando respirar o ar puro de cada novo dia, a cada manha. Estou em uma fase razoavelmente calma comparada com as anteriores, e tudo parece florescer em seu exato momento, aquele momento somente certo. Sinto-me sozinha e tristonha, uma parte de minha euforia, anda viajando, e sentir meu novo cheiro anda sendo agradavelmente bom. Alias, meu novo cheiro está sendo bem acolhedor as minhas narinas, e o ambiente ao qual estou empoleirada no momento ajuda a calmaria a se aconchegar. A roupa de cama lavada e estendida, pronta para ser amassada somente por meu corpo, me ajuda a conviver com essa ausência. E a ansiedade toma conta somente de uma pequena parte da imensa porcentagem que sou. Uma ente querida demais, anda sofrendo de depressão, e hoje ao ouvir sua voz rouca de gripe, senti a necessidade de dizer a ela que tudo irá passar. Na verdade eu sei, como é totalmente difícil acreditar nisso quando estamos naquele momento péssimo, onde sentimentos embargados andam flutuando entre nossas entranhas, mais como sempre, tudo passa. E não é que eu não esteja amando loucamente, ainda sei que a probabilidade de talvez não ser correspondida é grande, mais o amor supera, e qualquer tipo de amor é sempre válido. Eu sei que esse amor ao qual anseio pode nunca vir, e se perder nesse vai e vem que é a vida, mais sei também que outros amores já foram correspondidos a mim, e se renovam a cada dia. E sendo acarinhada, abençoada e exageradamente algumas vezes amada, do jeito que sou, não ser correspondida uma vez, em uma forma de amor dentre as milhares existentes, não irá me fazer voltar para o caminho escuro e desorientado de onde parti, pretendendo nunca mais voltar. E para lá, tenho certeza absoluta, nunca mais voltarei!

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Uma menininha

Estou tão cansada e meus pés doem conforme vou andando, mesmo não estando a mercê de saltos. Quando lembro diversas vezes de meu passado, é difícil as lágrimas não rolarem, como não houve respeito, como não houve compaixão, e tudo isso porque? Não consigo explicações adequadas e inadequadas, não consigo sequer uma mal explicação para meus erros. Tenho saudades do tempo em que eu fingia ser gente grande e ser experiente o bastante, achando que assim conquistaria todos, afinal eu nunca entendi o porque de sempre ter de me auto-afirmar, provar algo para alguém, ou para eu mesma! Fato é que dilacerei essa menininha em pedaços a procura de experiências ridiculamente cruéis, que não me acrescentaram em nada, só dores e sofrimento aos que me amam, onde há a reciprocidade. E eu ainda vivo a procura desses pedaços, dessa menininha, que nunca deixou de habitar minha alma. Nunca é uma palavra muito forte, mais peço para alguma força maior, que ainda consiga o perdão dela, dessa menininha que feri, lesei e maltratei por diversas vezes. Agora estou me lembrando de pedir- a desculpas e parar de me culpar, será que isso ainda iria adiantar?