terça-feira, 29 de abril de 2008

Na vida

Vivo no limite, com roxos em minha pele branca, pálida, gélida. Na maioria das vezes me perco em alguma nova loucura que invento em fracções de segundos, e em outros segundos à mais, estrago situações calculadamente planejadas e almejadas. Vivo em um submundo, tentando ser entendida, querendo somente ser amada pelo que não consigo ser. Estou em meu leito, sozinha, e o silencio daquele apartamento me atordoa, acumula minha angustia nitidamente contemplada em minha nostalgia, em aquilo que fui um dia, naquela pureza que perdi por alguma esquina onde virei. Enfim me tornei o que sempre quisera, e agora não quero mais, não suporto tudo isso em minhas costas cansadas. Porque ser somente você quando todos estão em busca de ser alguém, é pouco. Mais é nesse pouco que me acho, e é nele que me consolido, que me torno alguém entre milhares de outros. É difícil dizer adeus, mais estou aprendendo a me desvenciliar de tudo, menos de mim mesma. Eu escolhi erros, e agora procuro remedia-los e são por eles que choro. Mais somente assim poderei crescer, e como dói, mais do que aquela cicatriz conseguida naquele momento intrigante de descoberta com uma gilete em um banheiro escuro, onde o choro ecoava algum rancor presente. Pelo menos me senti livre depois do sangue jorrar, mesmo achando o mesmo pouco demais para redenção. Eu vivo pelas madrugadas, virada entre ressacas, quando não, calmantes embalam minhas noites sozinhas, porem ainda estou viva.

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