sábado, 5 de janeiro de 2008

Como uma criança mimada, eu estava a procura do prazer, queria poder tê-lo e vê-lo em minha frente à qualquer maneira. Não sossegaria enquanto não conseguisse o tão almejado último pedaço de torta. Então meu orgulho se exaspirou em um passe de mágica, acumulei todo meu fôlego, já escasso, fato consumado pelo cigarro de todos os dias, pedi o carregador de celular para a vizinha de porta, e te liguei. Você atendeu com um ar todo despreocupado, talvez desinteressado, e isso com certeza fez-te parecer algum "Deus", ou um objeto muito caro, para uma garotinha miserável como eu.
-Te ligo depois, estou ocupado!
Então tentei controlar meus impulsos agressivos, e aceitei à espera por uma ligação. Sentia-me totalmente tomada pela ansiedade, ela me consumia por inteira em frações de segundos. Coloquei o sem fio ao meu lado, liguei o ar condicionado, afim de congelar todos aqueles pensamentos e deitei naquela cama, que tantas vezes me acolhera. Fiquei a sua espera por algumas horas, e você certamente continuara ocupado demais. Então, de tão desocupada, sem nada, resolvi mais uma vez me contradizer, virar um chicletinho em meu jeito de ser, enfim novamente te liguei.
Estranho seria, não correr para fora do lugar, não tentar te imaginar. Enfim, vivo em um labirinto, arriscado? Talvez! Para mim? Estimulante! Mostro-me de cara limpa, lavada e totalmente desajeitada, afinal, nada aconteceria, se sempre arrumasse tempo para pensar, o labirinto nunca conseguiria desvendar.

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