segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Alguém de verdade

Enquanto tentamos viver de verdade, burlar o caminho da saudade, vivemos o fim! Vivemos o amanhecer que buscamos lentamente e os passos que tentavamos pular rapidamente. Gritamos o hino da falsa alegria, brincavamos e acreditavamos em nossas falsas fantasias e nos garantiamos contra há dor,quem poderia nos avisar de algum desamor, quem iria nos dizer que sofreriamos, que chorariamos sem sentir algum amparo, sentiriamos em nossa boca um gosto amargo. Porque nessa grande confusão, acordei desnorteada e não havia ninguém ali para me dar a mão. Me escondi debaixo de meus personagens, das minhas milhares de falsas verdades,e então me fiz valer, me fiz prestar, me fingi de inocente, cai em um buraco de repente. Me senti esperta e ri das falsas atitudes, das falsas gozadas, das vezes presentes entre milhares de ausentes. Me senti usada, mesmo usando também. Me senti inoportuna, porque você me fez querer. Me senti ridicula por saber que no final da noite talvez poderia terminar com você, uma falsa realidade, uma busca incansavel por um querer. Aquele genérico, obsessivo, compulsivo, provador de verdades imaginárias, de indiferença, aquela imensa resistência, ao que eu já saberia que seria alguma forma de provocar a dor. De sentir na veia algum amor. Porque já não choro, não rio, nem me encanto. Porque já acho careta, ja o imagino com uma certeza, de nojo e dor. Eu só iria saber, se realmente houvesse alguma dor. Mais isso ainda é muito pouco para a anestesia que me domou.

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