sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Brasil, a casa de bambas!

Já escrevi minha matéria e arrumei minha mala, amanha parto para o para sempre que sempre acaba. E viva o carnaval, os blocos de rua, a alvorada anunciando a última escola a sair, e o primeiro bloco de rua a surgir, talvez seja esta a data mais esplendorosa de todas as demais datas comemorativas. Sinto-me completamente feliz por poder viver com orgulho nossa raiz, e embarcar em minha breve nostalgia, quando mamãe fazia uma pintinha em meu rosto com seu lápis preto de olho e vestia-me de melindrosa. Íamos para o clube, e começavam então as matines, a folia dos pequenos foliões. O samba em casa já era coisa de bamba, contemplado a tempos, antes mesmo de minha existência quando papai pegava seu tamborim e ia à avenida com a bateria da Mocidade Independente de Padre Miguel, e então era agraciado com aqueles lindos versos depois recitados a mim, afim que fossem decorados, "Sonhar não custa nada; E o meu sonho e tão real; Deixe a sua mente vagar; Não custa nada sonhar; Viajar nos braços do infinito; Onde tudo é mais bonito; Nesse mundo de ilusão...". Minha avó sempre dizendo, "Há se o Castor de Andrade ainda estivesse vivo, na comunidade não existia bagunça não! E foi assim que cresci, entre matines, e martinhos, Noéis e Paulinhos! Ah que poderio imenso de contemplar a imortalidade do samba, a diversidade de suas exultantes e algumas vezes extenuantes melodias e letras. E como é bom saber que amanha, abraçá-lo-ei de alma e coração, e cantarei junto a uma enobrecida multidão Carmem Miranda e muitas outras marchinhas de velhos, porém sempre contemporâneos bambas. E então, mesmo que somente nesta época a casa do samba, é o mundo, e não somente a Vila de Noel!

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