quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Aprendendo a malandragem

"Eu sou poeta e não aprendi a amar", frase há qual me encontrei na noite anterior, tentando saber quais minhas expectativas sobre tamanha ousadia, tamanha falta de devoção, tamanha falta de imaginação. Eu recorri a lábios distintos e à lugares aleatórios. Outrora estaria chorando pelos cantos de minha vida, recorrendo à uma imagem deteriorada pela submissão de um "eu" ferido, e um amor ilusório. Então deixei minha bolsa escondida entre dois fortes homens de preto, imaginei meu "bom" sendo roubado! E quer saber? Não me importara muito aquela bolsa cheia de ilusões e auto- flagelações. Nada daquilo realmente pertencera à mim, nem ao menos em outra dimensão meu amor haveria possivelmente efetivado o efeito que tentei proporcionar. Então eu comecei uma nova historia, naquela mesma casa, aquela casa onde haveria me perdido várias madrugadas, agora estará sendo uma madrugada mais calma, mais acolhedora, sem tantas expectativas e falsas tentativas de relíquia. Cheguei exausta em minha casa, e tirei minha rasteira aliviada, um pouco embriagada, com uma incrível já saudade do bom. Fumei um cigarro contemplando o escuro, que daquele momento em diante haveria se tornado tão claro para mim. Me molhei em águas novas de esperança. E pela primeira vez depois de anos, consegui-me ver ao espelho. Limpa, nua e arrebatadoramente feliz, realizada e muito mais cansada.

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