sábado, 17 de novembro de 2007

O anjo mais velho

Queria o saber de tamanha falta de sabedoria, o "porque" de tamanha causa perdida. Entender o porque da anarquia, de tanta agonia, da imensa amargura em que se tornou tudo isso um dia. Dizer-te que te amarei mesmo nunca mais referindo-se a mim como outrora haveria se importado. Queria dizer-te que teu silencio é gritante, é atordoante e faz-me assim te ignorar, vivendo a esperança de um dia poder superar. Não há palavras descritas para dizer-te o quanto estou sentindo, sofrendo essa pausa no soneto tão belo de cantar, que faz pequenas crianças ninar. O dia mente, em minha mente que você voltará um dia à me ligar. Enquanto houver vida, serei grata pela sua imensa sabedoria, que tentando, desiludida, desistiu de tentar me ensinar. Você era o "dia" em minhas noites desvairadas, e minha "realidade" à imaginar. Sentindo-me desorientada, desanimada e embrulhada quando tentando me empanturrar. Obrigada pela madrugada de conversa particular, pelo sorriso que muitas vezes insistiu em me tomar, por fazer-me crescer enquanto buscavas apenas teu próprio crescimento. Obrigada por não dizer a roupa à qual deveria recorrer, a qual maquiagem usaria para poder envelhecer, em tantas cabines de banheiros haveria de me meter, em tantos banheiros você achava-me, suja, caída, procurando algo para ser, tentando apenas uma vida tecer. Só queria dizer-te, que enquanto houver ar, eu irei-te respirar, que enquanto houver poesia que resista à dor, nelas carrego minha essência e sua prudência em apenas me ajudar a "ser" muito mais do que um simples monte de dor, e em me provar naqueles dias amenos o quão eu era importante, mesmo sendo um ser inconstante. O que fora mais marcante, era enxergar nas entrelinhas de seus desajeitados desleixos,recados e percevejos, que aquela louca menina que todos viam, não era somente um fruto de desamor, e sim uma flor contendo espinhos, mais acima de tudo à exímia beleza da natureza ao transparecer sua plenitude e dor.

Nenhum comentário: