terça-feira, 23 de outubro de 2007

A CHUVA

Dias chuvosos deixam-me deprimida, passam-me a impressão do mundo injusto em que vivemos e muitas vezes usamos vendas de ignorância e sublimação afim de taparmos nossos olhos contra imagens aterrorizantes e raios de realidade contra nossa imensa vivacidade e perspectiva. O castelinho de areia construído por Giovanna, uma Giovanna esperançosa, empreendedora, se desmorona com o imenso aguaceiro que cai de um céu em fúria, escurecido e bravo. Gritante com seus raios e trovoes assustadores, que afastam as pessoas do convívio social e intimidam-as. Então antigamente poderia ficar da janela de meu quarto vendo as inacabaveis águas caírem pela calha, trancada em meu quarto, curtindo a fossa há qual haveria me envolvido naquele momento, usualmente auto-destrutiva. Comeria compulsivamente, choraria compulsivamente e cantaria músicas altas no escuro, também compulsivamente, fumaria
milhares de cigarros para aliviar a ansiedade do tedioso e rotineiro "every day",
choraria se o dia terminasse ainda chuvoso, esperançosa ao acordar, quem sabe me deparasse com todas as ruas secas, com todas as valas não mais encharcadas pelas lágrimas de Deus, e o dia claro, porque afinal a noite já haveria passado. Céu escuro me dá ânsia, náusea e um surreal desespero, me traz há péssima impressão de que o mundo irá desabar em minha cabeça. De alguma maneira existe uma Giovanna dentro de mim que se indentifica com toda essa tristeza, uma Giovanna deprimida, que controi, mais ainda não aprendera a se preparar para a chuva que desmorona sempre seu castelinho de areia. Aquela que se surpreende ao ver que depois da chuva, não
para sequer para contemplar algum suposto arco-íris, e sim, vai correndo tudo de novo construir, mesmo sabendo que o castelinho de novo um dia ira cair.

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