terça-feira, 9 de outubro de 2007

Porque quero-te

Quero-te por querer, para quando chegar em casa, ter algum motivo, alguém para qual me arrumar, me vestir, me dobrar afim de me mostrar. Quero-te para meu tempo passar, para minhas horas voarem e o tédio assim, não matar-me, não enlouquecer-me. Quero-te para domar-te, para saciar-te, porque há vida já não mais sacio, essa enorme vontade de explodir, esse imenso amor próprio que se esconde atrás de ti, que não irá calar-se, nem ao menos se assumir. Quero todas horas, dias para mim, que sejam inacabáveis ao tenta-los medir ou correr até cansar, algo absoluto, que não consegue-se parar. Quero-te porque imagino-o como algo transcendental que transmuta de um lugar para outro com perfeita ignorância, com a agressividade de uma ingénua criança. Quero-te porque nunca nada há mim fora negado, quanto mais um pequeno bastardo.

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