segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Caminho sobre escuridões e lugares frios, e tudo o que observo é o que sou. Acordar sozinha não é problema, quando acordo em lugares estranhos sentindo minha cabeça latejar, sinto-me presa ao extinto que me sufoca, e então nada do que penso é o que realmente quero ser naquela manha. E enquanto minha família brinda pela vida, eu berro e rondo o abismo da morte com saltos agulha, em alta velocidade. Minha vida está sendo uma loucura, cansada, acordo quase sempre não querendo, e vivo quase sempre cansada pelos cantos mesmo descansada. Então eu penso, pelo menos não estou bebendo por ai! E essa sensação não é tão boa quanto pensava ser, porque queria estar bêbada todos os dias, e tragar o cigarro com o desejo de inalar algo surrealmente auto- destrutivo. Me matar aos poucos me causa sensações repentinamente saborosas, instantaneamente tórridas. Eu gosto de pisar sobre areias movediças e correr por labirintos, isso me estimula. Lá estou eu, by the bed. Quase sempre ouço nomes em sessões de embelezamento, por salões alternativos, e nada do que se ingere ali, vemos nitidamente em nossos espelhos pessoais. As luzes da árvore piscam calorosamente, e amanha é natal! Então vamos nos brindar e compartilhar bens materiais para suprir-mos os bens internos. Quando era criança, aquelas luzes transluziam em meus olhos cansados e abafados, e eu acharia mesmo estar em um mundo colorido, onde o Papai noel certamente viria me dar algo verdadeiramente bom. E sempre ele me dará! Como me arrependo de querer esquecer de papai noel tão cedo, e de acreditar na simples e crua realidade, que meus brinquedinhos vinham de mãos humanas.

Nenhum comentário: