quinta-feira, 5 de junho de 2008

Novo quarto, novo escuro.

Não aguento mais minha nova cidade, meu novo bairro e minha nova vidinha de merda. Incrível como damos valor as coisas pequenas, quando a pequenitude nos foge a mão. Estou sentada entre milhares de pessoas e somente agora posso dizer que sim, sou totalmente vulnerável a horários impostos por alheios, e minha paranóia por pés limpos, bem, estou tentando me tratar, nada nunca será fácil de se curar. Então compulsivamente procuro por algum doce pela casa, e gasto meu resto de dinheiro em pretzels para saciar minha insaciável vontade por glicose. Pulo de um ônibus para outro, estou aprendendo rápido o itinerário dos transportes públicos. Idosos sentam-se ao meu lado e gentilmente cedo meu lugar ao mais sábio, um espelho imaginário põe-se em minha frente, e imagino se chegarei aquela idade com paciência para suportar motoristas fraudulentos e estranhos empoleirados a chacoalhar, nesse momento tenho a absoluta certeza de que serei uma velha ranzinza, acabada, e torturada pelos erros que sei, tenho plena consciência que poderia evitar, mais enfim, se dizem que gosto é que nem c*, e cada um tem o seu, gosto de me perfurar. Café, cigarro, dormir, acordar, dormir, fumar, tomar café, meu livro enfim acabei de ler. Tenho que me segurar, pois quando entro em lojas de departamento, pareço um vulcão, e papai não irá gostar nada disso. Enfim, sei que substituo uma coisa, totalmente pela oposta, e procuro óbvias propostas, mais em meu novo quarto, naquele novo escuro que já estara se tornando familiar, repito ofegante, Giovanna tenha calma, pois um dia enfim tudo cessará.

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