O que você fará?

Algo está a minha direita, sussurrando em meu ouvido:
Bem vinda ao mundo!
Todos estão me olhando, todos esperando por alguma reação, o que virá depois?
Eu lhes pergunto o que virá depois?
A bochecha já rosando, alguém grita.
Minha visão já não está tão embaçada.
O porquê dessa roda? O porquê dessa roda? Onde estou envolta?
O que acontece depois que você acorda? Não saberia dizer, a vida é muito cara, o efeito colateral alguma hora viria, e eu já saberia! Você consegue enxergar o que estou tentando dizer?
Aquela pele branca como a neve, agora se adentrando uma agulha, injetando soro, o alimento sem sabor, é assim que funciona quando não se tem mais perspectivas.
Aquele rosto de menina, com olheiras fundas, o que vêm depois? Talvez eu só não estivesse mais interessada. Talvez eu já estivesse cansada, minha cabeça andava muito pesada.
Bem vinda de novo ao planeta, alguém exclama!
Essa é a dor da existência quando não se tem nada mais do que si mesma. O que você fará? Essa é a pergunta que não quer calar.