segunda-feira, 18 de maio de 2009

Sobre Meninas Entediadas

A maioria das meninas super-poderosas, lindas e frequentadoras das altas rodas são tristes, podem acreditar. Somos o supra-sumo do consumismo, saímos por ai, nos embebedamos, e enquanto você se esbalda naquela ótima festa, e nós estamos com aquela cara entediada neste mesmo lugar, não nos subestime, não é para atrair atenções e sim porque realmente estamos entediadas. Somos cansadas por natureza, porque a natureza nos fez assim, as mesmas pessoas, os mesmos assuntos, você pode não acreditar, mais apesar das fofocas serem novas, até as fofocas são velhas. Aquele mesmo papo manjado de anos atrás.
Poucos olham e entendem a tristeza que se passa por detrás de roupas perfeitas e de olhos caídos de tanta bebida, eles olham e pensam: “Pobre menina, é somente mais uma entediada, e vive em um mundo triste, sem mais surpresas, já experimentou de tudo com essa pouca idade que nunca aparentou.”
O pior é que eles estão certos, não temos duvidas, o que queremos, na maioria ou em todo a sua, conseguimos. Somos cartazes perfeitos da construção da beleza e de sua exaltação no mundo contemporâneo. Motoristas são contratados para nos locomovermos e acreditem, aqueles meninotes ainda caem nessa incrível falta de criatividade contratando-os. Por favor me leve a um passeio de bicicleta alguma vez?
Estamos quase sempre acompanhadas com esses mesmos meninos,o mesmo biotipo de caras, aqueles frequentadores acíduos das festas que você idolatra e tenta igual a uma tonta entrar.
São esses mesmos meninos que na oitava série matavam aulas conosco de matemática avançada e corríamos todos para o bar, ou aqueles que nos faziam companhia na cozinha virando copos de whisky escondidos de nossos pais, enquanto eles comemoravam algo na sala de nossas respectivas casas. O entra e sai da cozinha era sempre tentador, abordávamos o garçon com as taças cheias, e com os anos mais velhos inimagináveis presentes ali. Afinal nossos pais estavam ocupados demais para todos nós. Então saiamos de nossas casas e com a maioridade ainda longe, iamos para os camarotes da vida, dávamos o nosso showzinho, geravamos desconforto em terceiros, riamos disso e enfim poderiamos então ir embora em paz.
O domingo não existia, a não ser é claro, as 7h da noite quando enfim nos encontrávamos na missa.
Bem vindo ao mundo dos eventos sociais!

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